sexta-feira, 24 de abril de 2009

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-10pe-te. - disse-lhe num tom de ordem, ao ouvido.
ela obedeceu sem hesitar.

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-também tenho que te mandar uma coisa, mas ando a ver se arranjo tempo.
-um beijo? manda, manda!
-eu mando-te um beijo todos os dias, de manhã, tu é que não notas.
-ah, então és tu! eu bem que sentia qualquer coisa quando acordava.

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não tenho jeito para piropos, mas se tivesse mandava-te um.

(isto é uma tentativa de elogio inócuo.)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

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-de onde vens? de onde tiraste essas três cabeças? sete esferas não podem rasgar-te assim!
-eu? venho de ti, onde sempre vivi. mas nunca me apercebi. & surjo assim, de cada vez que reviras os olhos & fazes de mim um qualquer outro poço de impaciência.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

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se te aperceberes de que uma criança está prestes a dizer que não gosta de ti, FOGE!
as crianças são armas terríveis.

domingo, 19 de abril de 2009

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estimada pessoa de aparente & provável simpatia:
peço perdão pelo eventual incómodo/atrevimento da minha parte, mas perante a ternura que em mim despertou a vossa presença, achei por bem informar que dou amplexos.
feel free to ask. :)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

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-ele até já foi do dark!
-é melhor dark receber.

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"eu não sou seguidor da internet, mas mostraram-me."

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"o meu amado meteu a mão na fechadura,
fazendo-me estremecer em meu íntimo."

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"digam-lhe que estou doente de amor."

quinta-feira, 16 de abril de 2009

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nesse dia passaste por aqui.
não sei que dia era, mas lembro-me que fiquei feliz.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

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-je veux te donner une chose vraiment fantastique, une des plus magnifiques du monde!
-quoi, mon amour? ta présence?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

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não querer saber.
é a isto que chegamos! aqui estou eu então, a não querer saber.
não quero saber se ela tem milhentos caracóis, ainda por cima ruivos.
não quero saber se eles farão sexo esta noite ou se o email desta manhã será somente mais um sem resposta.
não quero saber se me forem rogadas pragas ou feitas macumbas por não estar a consumir.
não quero saber.
não quero saber do estrondo.
não quero saber se ele corre.
não quero saber se é fumo o que vejo lá fora.
ninguém repara que ele esboça retratos rápidos de toda a gente. lá está, estão todos a não querer saber.
-que achas?
-sei lá!
nem sei se quero saber.

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aqui ninguém se toca.
as migalhas caem no chão, os aviões cruzam os céus. a luz ofusca & tudo está separado por degraus. tudo.
aqui não sei o meu nome. aqui sofro de alalia & o meu timing não funciona.
aqui não sei de nós, mui menos de mim.
elas sorriem, alheias, longínquas. & eu nem sei onde nos deixei!
aqui o amor foge de nós, o sol queima-o & o vento leva-o. estúpidos delatores da minha impotência.
aqui decresço, reduzo-me, perco o poder flagrante do olhar porque aqui olhar custa.
lixo, sombra, senta, dorme, fuma, come, ouve, finge, acorda.
there's no feedback.

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deixaste no canto da minha boca o sabor do nosso maior suspiro.